Somos Todos Pinheirinho!
Basta de massacre, viva à resistência!
Impossível não se comover e se indignar com um dos fatos mais tristes que acaba de marcar com sangue a história do nosso país. No dia 22 de janeiro às 6h da manhã de um domingo, inicia-se a ação de reintegração de posse da maior ocupação urbana da América Latina, o Pinheirinho, localizada em SP na região de São José dos Campos. Operação essa que teve a frente o coronel Manoel Messias, que contou com helicópteros, blindados, armas de fogo, bombas de gás, spray de pimenta e, no mínimo, 2 mil policiais que indiscriminadamente feriram idosos, atacaram mulheres, balearam inocentes e mataram crianças. Além disso, deixaram inúmeros feridos, desaparecidos e 9 mil pessoas sem destino.
Esse foi o resultado do massacre orquestrado pelo governo do PSDB na figura de Geraldo Alckmin e do prefeito da cidade Eduardo Cury, apoiados com muito afinco pelo juiz Rodrigo Capez e a juíza Márcia Loureiro; e é preciso que se diga que tudo isso foi feito em prol da especulação imobiliária e daqueles que se beneficiam com isso como Naji Nahas, indiciado e preso em 1989 por diversos crimes contra o sistema financeiro, o qual seria o suposto “dono” do terreno do pinheirinho, e que deve hoje mais de 16 milhões em impostos sobre essa área à prefeitura.
A desocupação além de violar claramente os direitos humanos e derramar sangue, passou por cima de qualquer condição mínima que assegura-se a dignidade e integridade dos moradores após a reintegração de posse. Os hospitais não deram informações sobre feridos ou causas das mortes; existem corpos que não se sabe o paradeiro; não havia abrigo para todos os moradores, nem estrutura mínima nestes; foram atiradas bombas nos abrigos oficiais; os moradores tiveram suas casas demolidas com seus pertences dentro; e em alguns casos ainda receberam da prefeitura a oferta de passagens para irem para o nordeste, onde nem todos tem família, sem documentos e com a roupa do corpo. Um verdadeiro clima de campo de concentração.
A ANEL, frente a esse cenário, não recuará nenhum milímetro na solidariedade e denuncia frente a esse episódio, por isso desde o ocorrido estamos realizando atos em vários estados do país fortalecendo a resistência e denunciando o papel que o governo de SP e sua polícia tiveram. Nesse sentido, acreditamos que o movimento estudantil pode cumprir um papel estratégico nessa luta na defesa dos trabalhadores e da juventude por um dos direitos mais básicos como a moradia.
O que estamos vendo no início desse semestre é uma repressão intensificada por parte dos governos estaduais e municipais àqueles que lutam, seja na luta contra o aumento da tarifa como em Teresina e Recife, no caso da USP, agora no Pinheirinho, e a semelhança entre todas essas mobilizações é exatamente a batalha para que sejam assegurados direitos mínimos, como transporte, educação de qualidade, moradia e a resposta têm sido à repressão, prisões, a ausência total de democracia, mas a cima de tudo a tentativa de rebaixar cada dia mais a condição de vida dos trabalhadores e da juventude brasileira.
È parte de nossa campanha, a denúncia da política de criminalização da pobreza que tem se instalado em nome da especulação imobiliária, da higienização das favelas para a copa do mundo, do lucro dos grandes empresários e empreiteiras, e tudo isso à custa da dor e sofrimento de trabalhadores e trabalhadoras humildes, em sua grande maioria negros e negras, que não puderam escolher onde morar, como se transportar, ou que educação freqüentar.
O objetivo dessa campanha além de denunciar, é exigir que o governo Dilma que até agora foi omisso, que pare de acobertar os crimes do governo do estado de SP e venha resolver a situação com apenas uma canetada, desapropriando o terreno e possibilitando que as famílias possam morar no seu lugar de direito onde construíram coletivamente suas vidas.
Está na hora de mostrar o que é uma aula de democracia, agitando as escolas, universidades, praças e principalmente ruas do país em defesa daqueles que não tem privilégios e sofrem todos os dias com a “democracia” dos ricos.
“Quando morar é um privilégio, ocupar é um direito.”
Somos Todos Pinheirinho!
AJUDE OS MORADORES DO PINHEIRINHO!
Banco do Brasil
Agência: 4223-4
Conta Corrente: 8908-7
Central Sindical e Popular Conlutas